A participação da mulher em cargos de gestão cresce a cada ano. Dos 2,6 milhões de empregos em cargos de chefia registrados na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) em 2017, as mulheres somavam 1.143.821 vínculos empregatícios, 43,8% do total. No entanto, a remuneração dessas trabalhadoras representa 69,8% do salário dos homens. Na análise foram consideradas seis ocupações, de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupação (CBO): diretores, chefes, supervisores, gerentes, coordenadores e dirigentes.
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Segundo a coordenadora do Observatório Nacional do Mercado de Trabalho do Ministério da Economia, Mariana Eugênio, ainda há muitos desafios que precisam ser enfrentados com políticas públicas adequadas, especialmente no que se refere à remuneração.
- Na média, as mulheres continuam ganhando menos que os homens. Essa situação pode ser explicada pelo fato de que a participação feminina no mercado de trabalho formal está concentrada em ocupações que apresentam remuneração mais baixa. Além disso, as mulheres ainda ocupam menos os cargos de chefia e persistem os fatores discriminatórios no ambiente de trabalho, que precisam ser combatidos - afirma Mariana.
SETORES E REGIÕES
Nos setores de atividade econômica, a mulheres são maioria apenas na Administração Pública. Dos 306 mil cargos de chefia, 61,7% são ocupados por mulheres.
Um exemplo é a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), que, mesmo representando o setor de menor participação feminina, tem 40% dos cargos de chefia ocupados por mulheres. E, pela primeira vez em 40 anos, é liderada por uma mulher. A advogada Denise Fonseca, que trabalha há 22 anos na empresa, se sente honrada em ser a primeira mulher a ocupar o cargo. "Isso é a sinalização da valorização feminina, porque competência não tem gênero", enfatiza.
Os estados com maior participação feminina em cargos de gestão são Roraima, com 49,5% dos postos de trabalho ocupados por mulheres, Piauí (49,1%) e o Amapá (47,9%). As unidades da federação com menor percentual feminino em atividades de liderança são Mato Grosso (34,8%), Mato Grosso do Sul (36,5%) e Goiás (40,4%).
DISCRIMINAR MULHERES É ILEGAL
Os empregadores precisam ficar atentos a qualquer prática que discrimine e limite o acesso ao emprego seja por sexo, raça ou cor, bem como considerar o sexo, idade, cor ou situação familiar como variável determinante para fins de remuneração e oportunidade de acessão profissional, conforme previsto na Lei 9.799/1999, a CLT.
*Com informações do Governo Federal